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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A sociologia em Portugal- Bruna Braga e Cristiana Machado

A sociologia em Portugal

O anterior regime político deixou marcas profundas em toda a comunidade científica portuguesa. Em domínios, mais contestadores da ordem social, como é o caso das ciências sociais e da sociologia em particular, o poder político nunca deixou a divulgação das ideias, a organização de debates, a formação de especialistas, construindo uma paz Com o 25 de Abril de 1974 surgem novas disciplinas, como a Sociologia podre e evitando o desenvolvimento de uma comunidade intelectual autónoma e dialogante.

Aparecem centros de pesquisa, normalmente ligados às universidades, constituem-se associações científicas, aparecem publicações de novas revistas especializadas sobre o assunto, organizam-se encontros e congressos, ou seja, numa palavra, consolidam-se as novas ciências sociais, onde a Sociologia irá ter um papel fundamental na divulgação de novas ideias e no desenvolvimento da sociedade portuguesa.

A ditadura desconfiava dos sociólogos e das ciências sociais e por isso procurou sempre desvalorizar qualquer teorização do social e desta forma impedir o seu desenvolvimento institucional: não permitiu que a sociologia entrasse nas universidades, não permitiu organizações de índole social, nem a publicação ou difusão de obras relacionadas com o pensamento sociológico. Isto levou a que durante décadas, quem se aventurou por este caminho tivesse que o fazer de uma forma clandestina.
Um verdadeiro marco na história da sociologia em Portugal, acontece em 1963 com o surgimento da revista Análise Social. Dava-se então início à terceira fase do processo de institucionalização da Sociologia em Portugal. Importa salientar que o processo de institucionalização da sociologia em Portugal, vai coincidir com um período, em que a própria sociologia, enquanto disciplina institucionalizada, atravessava uma fase de reorientação e recuperação de um período muito crítico, em que toda a produção científica-social, tinha sido posta em causa em toda a Europa. A crise de que se está a falar tinha a ver, sobretudo, com o processo de desenvolvimento da própria sociologia.

A institucionalização tardia da sociologia em Portugal teve as seguintes vantagens:
·                      A abertura interdisciplinar do trabalho sociológico,
·         A tendência para a auto reflexividade epistemológica e metodológica,
·         O ajustamento entre dimensão teórica e dimensão empírica do social,
·         Pluralismo teórico e metodológico, aliado à rejeição de orientações paradigmáticas exclusivistas,
·         A combinação de metodologias quantitativas e qualitativas,
·         A articulação de diferentes níveis de análise, macro, micro, global e local,
·         O interesse por estudos inovadores e de “fronteira”,
·         A combinação equilibrada entre a investigação fundamental, a investigação aplicada e a intervenção profissional.




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