A sociologia em Portugal
A ditadura desconfiava dos sociólogos e das ciências sociais
e por isso procurou sempre desvalorizar qualquer teorização do social e desta
forma impedir o seu desenvolvimento institucional: não permitiu que a
sociologia entrasse nas universidades, não permitiu organizações de índole
social, nem a publicação ou difusão de obras relacionadas com o pensamento
sociológico. Isto levou a que durante décadas, quem se aventurou por este
caminho tevisse que o fazer de uma forma clandestina. O enfranquecimento do regime
e a acumulação das contradições sociais dentro da própria sociedade portuguesa,
levantaram enormes problemas entre a população e não havia como escondê-los.
Isto levou a que a década de 60 devido a uma conjugação de factores, desde a
tomada de consciência, por camadas mais amplas, ao atraso da sociedade
portuguesa quando comparada com outras sociedades da Europa e o descrédito do
modelo corporativista prometido como alternativa, transformaram-se rapidamente
em preocupações de todos os cidadãos. Aumentou a procura de conhecimentos
especializados na área social e surgiram instituições de planeamento e
intervenção técnica, gabinentes e organismos de estudos sociais, cobrindo
temáticas do âmbito colonial ou relacionadas com com o serviço social, o
desenvolvimento comunitário, a formação profissional e políticas de
desenvolvimento. Em 1963, surgiu cursos com disciplinas de sociologia e, mesmo
uma licenciatura em Sociologia no Instituto de Estudos Superiores de Évora, mas
sem efeitos notórios para a institucionalização da Sociologia, dadas as
preocupações práticas de formação de profissionais e preocupações
ético-religiosas.
Um verdadeiro marco na história da
sociologia em Portugal, acontece em 1963 com o surgimento da revista Análise
Social, projecto de um grupo de investigadores, quase todos
identificados com o progressismo católico, movidos pelas ideias do
desenvolvimento económico baseado no progresso e na justiça social. Este grupo
levou tão longe quanto possível o estudo da realidade social e no elevado nível
de exigência teórica e metedológica, ganhando credibilidade, investindo na
formação especializada dos seus investigadores e esteve na origem em 1974, já
depois da revolução de Abril, da primeira licenciatura em Sociologia nas
Universidades Portuguesas. Um
verdadeiro marco na história da sociologia em Portugal, acontece em 1963 com o
surgimento da revista Análise Social, projecto de um grupo de investigadores,
quase todos identificados com o progressismo católico, movidos pelas ideias do
desenvolvimento económico baseado no progresso e na justiça social. Este grupo
levou tão longe quanto possível o estudo da realidade social e no elevado nível
de exigência teórica e metedológica, ganhando credibilidade, investindo na
formação especializada dos seus investigadores e esteve na origem em 1974, já
depois da revolução de Abril, da primeira licenciatura em Sociologia nas
Universidades Portuguesas.
Dava-se então início à terceira fase do
processo de institucionalização da Sociologia em Portugal. Isto acontce, quer
através da criação de novas licenciaturas noutras universidades, quer através
da criação de verdadeiros centros de investigação sociológica, bem como
revistas e publicações periódicas e ainda através da criação de de organismos
científicos e profissionais cujos congressos passaram a contituir eventos
marcantes da vida colectiva dos sociólogos portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário