12ºD

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

                                                 A sociologia em Portugal

A ditadura desconfiava dos sociólogos e das ciências sociais e por isso procurou sempre desvalorizar qualquer teorização do social e desta forma impedir o seu desenvolvimento institucional: não permitiu que a sociologia entrasse nas universidades, não permitiu organizações de índole social, nem a publicação ou difusão de obras relacionadas com o pensamento sociológico. Isto levou a que durante décadas, quem se aventurou por este caminho tevisse que o fazer de uma forma clandestina. O enfranquecimento do regime e a acumulação das contradições sociais dentro da própria sociedade portuguesa, levantaram enormes problemas entre a população e não havia como escondê-los. Isto levou a que a década de 60 devido a uma conjugação de factores, desde a tomada de consciência, por camadas mais amplas, ao atraso da sociedade portuguesa quando comparada com outras sociedades da Europa e o descrédito do modelo corporativista prometido como alternativa, transformaram-se rapidamente em preocupações de todos os cidadãos. Aumentou a procura de conhecimentos especializados na área social e surgiram instituições de planeamento e intervenção técnica, gabinentes e organismos de estudos sociais, cobrindo temáticas do âmbito colonial ou relacionadas com com o serviço social, o desenvolvimento comunitário, a formação profissional e políticas de desenvolvimento. Em 1963, surgiu cursos com disciplinas de sociologia e, mesmo uma licenciatura em Sociologia no Instituto de Estudos Superiores de Évora, mas sem efeitos notórios para a institucionalização da Sociologia, dadas as preocupações práticas de formação de profissionais e preocupações ético-religiosas.      
Um verdadeiro marco na história da sociologia em Portugal, acontece em 1963 com o surgimento da revista Análise Social, projecto de um grupo de investigadores, quase todos identificados com o progressismo católico, movidos pelas ideias do desenvolvimento económico baseado no progresso e na justiça social. Este grupo levou tão longe quanto possível o estudo da realidade social e no elevado nível de exigência teórica e metedológica, ganhando credibilidade, investindo na formação especializada dos seus investigadores e esteve na origem em 1974, já depois da revolução de Abril, da primeira licenciatura em Sociologia nas Universidades Portuguesas. Um verdadeiro marco na história da sociologia em Portugal, acontece em 1963 com o surgimento da revista Análise Social, projecto de um grupo de investigadores, quase todos identificados com o progressismo católico, movidos pelas ideias do desenvolvimento económico baseado no progresso e na justiça social. Este grupo levou tão longe quanto possível o estudo da realidade social e no elevado nível de exigência teórica e metedológica, ganhando credibilidade, investindo na formação especializada dos seus investigadores e esteve na origem em 1974, já depois da revolução de Abril, da primeira licenciatura em Sociologia nas Universidades Portuguesas.
Dava-se então início à terceira fase do processo de institucionalização da Sociologia em Portugal. Isto acontce, quer através da criação de novas licenciaturas noutras universidades, quer através da criação de verdadeiros centros de investigação sociológica, bem como revistas e publicações periódicas e ainda através da criação de de organismos científicos e profissionais cujos congressos passaram a contituir eventos marcantes da vida colectiva dos sociólogos portugueses.


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