A Sociologia em Portugal
O que estuda a Sociologia?
A Sociologia estuda a realidade social,
ou seja, as relações e comportamentos que indivíduos estabelecem entre si. É,
portanto uma ciência social e científica uma vez que, trabalha com rigor
através de métodos. O que mais interessa à Sociologia são os fenómenos que se
repetem. Assim, a sociologia não tem como objecto de estudo o comportamento
individual, mas sim, os comportamentos sociais, ou seja, comuns à sociedade em
geral.
A Sociologia em Portugal
A
sociologia nasceu no século XIX quando a “questão social” e a miséria da classe
operária ameaçavam o capitalismo emergente no mundo ocidental: com Marx, ela
quis ser uma ferramenta para “mudar” a sociedade; com Durkheim, um instrumento
“terapêutico” para a curar da “anomia” social; e com Weber um meio de
compreender a racionalidade das instituições, da economia e dos indivíduos.
O
sociólogo António Firmino da Costa estabelece a existência de três períodos:
Antes da Revolução de 25 de Abril de
1974;
De 25 de Abril de 1974 até meados da
década de 1980;
Após a década de 1980.
Embora não se possa marcar uma data
como referência para o início da Sociologia, a revista Positivismo, criada por Teófilo Braga e Júlio de Matos introduzia
em Portugal os primeiros textos sociológicos.
Em
Portugal, foi o professor Adérito Sedas Nunes que fundou a sociologia
portuguesa, a partir do ex-GIS/Gabinete de Investigações Sociais (fundado em
1962) e, logo depois, a revista Análise
Social (1963), a primeira publicação periódica da nossa
sociologia, seguindo-se-lhe, já em 1978, a Revista Crítica
de Ciências Sociais, em Coimbra e mais tarde a Sociologia – Problemas e Práticas (1986
– ligada ao ISCTE), ainda hoje consideradas as mais importantes revistas desta
área. Só após o período agitado da Revolução dos Cravos é que este campo
académico se consolidou e desenvolveu. Depois de ter sido uma ciência
“maldita”, tornou-se para alguns sinónimos de “socialismo”.
Curiosamente, a
primeira geração de sociólogos portugueses não foi licenciada em sociologia. Em
muitos casos, a sua formação foi obtida em áreas afins nas universidades
europeias na década de 1960, quando Portugal estava ainda mergulhado no
obscurantismo e a Europa despertava para as primeiras rebeliões da juventude.
A grande
rutura surgirá então com o 25 de Abril de 1974. Em 1985, foi criada a Associação
Portuguesa de Sociologia, principal organização científico-profissional dos
sociólogos portugueses, que apoia a disciplina e o estudo desta profissão.
Estima-se
que existam, hoje em dia, cerca de 30 mil sociólogos em Portugal, saídos dos
cursos que entretanto floresceram no país (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora,
Braga, Covilhã, Faro), a maioria deles licenciados na última década.
No entanto, os setores que mais absorvem
sociólogos inserem-se na área das políticas públicas
(educação, investigação, administração pública e Segurança Social), enquanto a
componente de mercado é ainda praticamente residual, o que é bem revelador da
fraca sensibilidade do tecido empresarial para contratar sociólogos.
Ana Teresa Baião dos Santos
12ºD nº5
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