12ºD

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A Sociologia em Portugal

O que estuda a Sociologia?


A Sociologia estuda a realidade social, ou seja, as relações e comportamentos que indivíduos estabelecem entre si. É, portanto uma ciência social e científica uma vez que, trabalha com rigor através de métodos. O que mais interessa à Sociologia são os fenómenos que se repetem. Assim, a sociologia não tem como objecto de estudo o comportamento individual, mas sim, os comportamentos sociais, ou seja, comuns à sociedade em geral.

A Sociologia em Portugal


A sociologia nasceu no século XIX quando a “questão social” e a miséria da classe operária ameaçavam o capitalismo emergente no mundo ocidental: com Marx, ela quis ser uma ferramenta para “mudar” a sociedade; com Durkheim, um instrumento “terapêutico” para a curar da “anomia” social; e com Weber um meio de compreender a racionalidade das instituições, da economia e dos indivíduos.
O sociólogo António Firmino da Costa estabelece a existência de três períodos:
*      Antes da Revolução de 25 de Abril de 1974;
*      De 25 de Abril de 1974 até meados da década de 1980;
*      Após a década de 1980.
Embora não se possa marcar uma data como referência para o início da Sociologia, a revista Positivismo, criada por Teófilo Braga e Júlio de Matos introduzia em Portugal os primeiros textos sociológicos.
Em Portugal, foi o professor Adérito Sedas Nunes que fundou a sociologia portuguesa, a partir do ex-GIS/Gabinete de Investigações Sociais (fundado em 1962) e, logo depois, a revista Análise Social (1963), a primeira publicação periódica da nossa sociologia, seguindo-se-lhe, já em 1978, a Revista Crítica de Ciências Sociais, em Coimbra e mais tarde a Sociologia – Problemas e Práticas (1986 – ligada ao ISCTE), ainda hoje consideradas as mais importantes revistas desta área.  Só após o período agitado da Revolução dos Cravos é que este campo académico se consolidou e desenvolveu. Depois de ter sido uma ciência “maldita”, tornou-se para alguns sinónimos de “socialismo”. 
Curiosamente, a primeira geração de sociólogos portugueses não foi licenciada em sociologia. Em muitos casos, a sua formação foi obtida em áreas afins nas universidades europeias na década de 1960, quando Portugal estava ainda mergulhado no obscurantismo e a Europa despertava para as primeiras rebeliões da juventude. 
A grande rutura surgirá então com o 25 de Abril de 1974. Em 1985, foi criada a Associação Portuguesa de Sociologia, principal organização científico-profissional dos sociólogos portugueses, que apoia a disciplina e o estudo desta profissão.
Estima-se que existam, hoje em dia, cerca de 30 mil sociólogos em Portugal, saídos dos cursos que entretanto floresceram no país (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Braga, Covilhã, Faro), a maioria deles licenciados na última década.
 No entanto, os setores que mais absorvem sociólogos inserem-se na área das políticas públicas (educação, investigação, administração pública e Segurança Social), enquanto a componente de mercado é ainda praticamente residual, o que é bem revelador da fraca sensibilidade do tecido empresarial para contratar sociólogos.
Ana Teresa Baião dos Santos

12ºD nº5

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