12ºD

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A Sociologia em Portugal

A Sociologia em Portugal


A ditadura desconfiava dos sociólogos e das ciências sociais e por isso procurou sempre desvalorizar qualquer teorização do social e desta forma impedir o seu desenvolvimento institucional: não permitiu que a sociologia entrasse nas universidades, não permitiu organizações de índole social, nem a publicação ou difusão de obras relacionadas com o pensamento sociológico. Isto levou a que durante décadas, quem se aventurou por este caminho tivesse que o fazer de uma forma clandestina.

As ciências sociais surgem em Portugal com a revolução de 25 de Abril de 1974, surgem novas disciplinas, como a Sociologia, Antropologia Social, Ciências da Educação, etc., sendo criadas diversas licenciaturas e pós-graduações espalhados por todo o território nacional. Aparecem centros de pesquisa, normalmente ligados às universidades, constituem-se associações científicas, aparecem publicações de novas revistas especializadas sobre o assunto, organizam-se encontros e congressos, ou seja, consolidam-se as novas ciências sociais, onde a Sociologia representa um papel fundamental na divulgação de novas ideias e no desenvolvimento da sociedade portuguesa.

Importa salientar que o processo de institucionalização da sociologia em Portugal, vai coincidir com um período, em que a própria sociologia, enquanto disciplina institucionalizada, atravessava uma fase de reorientação e recuperação de um período muito crítico, em que toda a produção científica-social, tinha sido posta em causa em toda a Europa. A crise de que se está a falar tinha a ver, sobretudo, com o processo de desenvolvimento da própria sociologia. É neste contexto de crítica tenaz e de forte pluralismo que, em Portugal a sociologia se institucionaliza, ou seja, o nascimento da sociologia em Portugal coincide com o renascimento da própria sociologia, em países onde já mais precocemente se tinha institucionalizado.

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